sexta-feira, 6 de abril de 2012

Dentro da garrafa tem um liquido.

Tem muita gente que não encherga além da própria visão, digo, não consegue ver por olhos alheios, consequentemente não consegue ver outras soluções além das que a própria pessoa consegue pensar.

Tem muita gente que acha que uma coisa é uma coisa e só isso, nada a mais, nada a menos. Simplesmente uma coisa. Horas, uma garrafa é uma garrafa, simples assim, não? Mas é uma garrafa de que? Vazia, de ar, de suco, de água, de refrigerante...? É uma garrafa, ainda é uma garrafa, mas tem mais além dessa garrafa.

Não entendam este post como uma contradição ao ultimo postado, que fala sobre nem tudo precisar de um sentido. O que estou dizendo aqui é que muitas vezes vemos as coisas, mas só vemos elas como elas são. Ou melhor, vemos a coisa concreta pela frente, sem ver o que ela tem por trás.

É como dizer que eu vejo uma garrafa, quando a garrafa está cheia de água gaseificada sabor morango e dizer que aquilo simboliza algo e significa tal coisa, representa tais sentimentos que encaramos na vida e etc. Ver a garrafa mas não ver o liquido, esta seria nossa situação. Dar um significado à garrafa, olhar através dela em busca desse significado é o assunto do post anterior. Explicado isso, vamos prosseguir.

O que me inspirou a escrever isso foram coisas que ouvi sobre 'ser escritor'. ser escritor é isso, ser escritor. E todos sabem que ganhar a vida como escritor é hard. Porém, e é um porém bem pequenininho, estamos todos vendo o que é ser escritor, estamos falando que existeuma garrafa, e não vendo do que é a garrafa. E também não estamos dando algum significado àquela garrafa, apenas estamos falando que existe uma garrafa. Agora, olhemos para o liquido.

Antes de olharmos o liquido vou expor os fatos, será rapido. Mostrarei como são pessoas que olham 'apenas a garrafa'. Tendo como exemplo a vida de um escritor, as frases mais marcantes que ouvi são as seguintes:

"Está na hora de crescer e ver que você não vai conseguir ganhar a vida com isso. Você já está no terceiro ano do ensino médio, Mayara, escritor não ganha merda nenhuma, ta na hora de viver a realidade..."

Comentario feito após eu dizer que quero publicar um livro, só para constar.

"Minha mãe não me deixa mais ficar nas oficins porquê oficinas não vão me dar dinheiro. E eu já disse pra ela que não quero ser dentista nem secretária, que eu quero escrever, ser roteirista, escritora..."
"Mas é verdade que escritor não ganha dinheiro..."
"Mesmo assim ainda é melhor ela fazer algo que ela gosta do que sofrer num emprego que ela não goste.."

Três pessoas conversando e eu apenas ouvindo. Cheguei até a comentar algo, que virá a seguir quando falarmos do liquido da garrafa, mas como eu estava num mal dia, ninguém me ouviu e não me atrevi a repetir. Sai andando, mas não vem ao caso.

Existe uma garrafa. E olhando para a garrafa nós vemos"Escritor - profissão que não te leva a lugar nenhum.;"

Existe um liquido. E esse liquido pode ou não se resumir à "você não precisa ganhar a vida escrevendo para ser escritor."

Veja bem, e isso também é liquido, se você gostar do que faz, tiver um certo talento (seja de nascença ou construido ao decorrer dos anos), se você quiser e correr atrás, nada te impede de escrever um livro, talvez até mesmo publicar. Quem vai te impedir de escrever durante as horas vagas, ou quando bate a inspiração e aquela história perfeita vem a sua mente...? Quem pode tirar o que estiver na sua mão na hora, seja celular, notebook, computador, caderno, tablet ou qualquer outra coisa? Em alguns casos um ladrão, em outros, só você mesma.

É por isso que eu digo que muitas pessoas enxergam apenas por seus olhos. Muitos olhos enxergam apenas a garrafa. Se essas pessoas não fossem tão fechadas e tentassem, nem que um pouquinho, enxergar a vida com os olhos, com a mente, de outra pessoa, o que elas não veriam? Seria mesmo dificil perceber que uma pessoa pode sim seguir seu sonho e ter uma vida estavel, no caso?

Eu vou ter uma vida estavel. Eu vou ser psicologa, se não psiquiatra, trabalharei em clinicas e isso não me impede de ser uma escritora. Se minhas histórias forem boas, talvez eu até consiga vendê-las, uma renda a mais. Do contrario, posso publicalas on-line e rezar para que alguém as leia, como um hobbie, uma fuga da realidade... Um momento de conforto, simplesmente isso.

E eu não desencorajo aqueles que quiserem se arriscar a levar uma vida totalmente dedicada a tal trabalho, só aconselho a ter um segundo plano, porque sem pagar a conta de luz, você não vai poder digitar suas histórias. Ou sem conseguir comer, você não vai ter humor para escrever aquela comédia, aquele romance, ou talvez seu drama saia mais um desabafo raivoso do que algo sobre uma personagem imaginaria.

Sem mais, abram os olhos.

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