Esse novelo no peito, faz tempo que não o sinto...
É macio, então não dói... É reconfortante, mas é diferente... Não é uma dor, nem um buraco... Ou talvez seja um tapa-buraco, porque para ele estar onde está, deve ter entrado de alguma maneira, achado algum espaço... Era uma vez um coraçãozinho! Sim, era uma vez um coraçãozinho!! Esse coraçãozinho era inteiramente vermelho, limpo, puro, belo... E ele gostava de mastigar! Gostava, sim gostava!
Ele sempre mordia pedaços de corações, as vezes mordia mais do que podia aguentar, mas sempre engolia tudo. Engolia tudinho! Como cabiam tantos pedacinhos dentro dele? Horas, ele também era mordido! E nesses lugares em que ele era mordido ficavam buraquinhos que eram tapados com os pedacinhos arrancados de outros corações.
A vida é assim, eu levo um pedaço de ti, e você um pedaço de mim, mas olha! Tem um novelo de lá aqui! E esse novelo no peito, faz tempo que não o sinto.... Tanto tempo que não me lembro de seu significado, de sua história. Como chegou? Porque não dói? Como podes proporcionar esse clima nostálgico que dá um nó na garganta, aquece o corpo, esvazia a mente, afeta meus olhos e deixa um largo sorriso em meus lábios? O que é você, bolinha de lã felpuda e macia, que não causa dor, mas também não a alivia?
-Srta. MPS
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