Talvez essa seja a forma de me salvar. Me fazer sentir alguém que pode ajudar, alguém de quem você precisa. Mas isso assusta... Saber quem eu sou, como sou, e ter medo de não dar conta de quem precisa de mim.
Eu fujo. Eu fujo da realidade como qualquer pessoa por ai. Eu fujo em meus sonhos e minhas histórias, durante o banho, enquanto lavo a louça, fujo enquanto não estiver com alguém, e tenho fugido de estar com as pessoas, como se as vezes eu fosse apenas a peça que não se encaixa perfeitamente em algum lugar, podendo, assim, se encaixar imperfeitamente em todos os lugares.
Mas, apesar de tudo isso, são sempre essas mãos que me fazem levantar e andar, nem que a força. Me fazem não parar o tempo e não perder nada. São as vozes em minha cabeça, tão reais e tão imaginárias ao mesmo tempo, que me fazem ver o quão ainda sou uma criança curiosa que tem medo dos barulhos vindos por trás daquela porta e, mesmo assim, abre-a para se certificar do que tem ali.
A questão aqui não é parar de fugir. Fugir se tornou meu escape da realidade, um momento em que eu consigo usar a loucura para não enlouquecer. A questão é sabr quando recorrer a isso. "Keep Calm, and just play" I need something like this. Me manter calma, e apenas jogar. E parar de me preocupar com banalidades, e parar de me culpar por ser insuficiente para ajudar a todos.
Eu não sou a garota conformista? Então eu deveria conseguir me conformar de que nem todos vão ser salvos por mim, por mais que eu tente. Me conformar em apenas tentar? Não quero isso. Eu quero conseguir.
É diferente eu me conformar que tal pessoa não que mais falar comigo e me conformar de que eu não consegui impedir uma pessoa de desenvolver um disturbio complexo e profundo. .-.'
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